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JAULAS VAZIAS
ENCARANDO O DESAFIO DOS DIREITOS ANIMAIS

Autor: REGAN, TOM
Editora: LUGANO
Assunto: FILOSOFIA

Resenha
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(Livraria Cultura)


Feijoada Vegetariana


VITÓRIA PARA OS ATIVISTAS VEGETARIANOS

Faz 20 anos que no dia 20 de março comemora-se o Dia Mundial Sem Carne. Nesse ano, os ativistas da cidade de São Paulo comemoraram a data pela primeira vez e com muito sucesso.

Quando eu inscrevi a atividade junto ao FARM, organização baseada nos Estados Unidos que coordena as atividades do Dia Mundial Sem Carne com os grupos que se inscrevem de diversos países, eu o fiz sem consultar previamente o nosso grupo. Fiz assim porque sabia da vontade de todos em fazer ações dessa natureza e porque tinha a certeza de que estávamos fortes e organizados o suficiente para fazer desse um evento bem-sucedido, sem deixar nada a desejar em relação aos eventos estrangeiros da mesma data. Depois de muito trabalho e planejamento estávamos realmente prontos para o primeiro evento organizado para o Dia Mundial Sem Carne no Brasil.

Com a ajuda dos parceiros habituais e alguns novos, no dia 10 de março imprimimos 15.000 informativos sobre vegetarianismo, nos quais constava também um convite para comparecer no local combinado: Avenida Paulista com Alameda Ministro Rocha Azevedo. Dez dias depois, tivemos
que pedir para as pessoas recolherem alguns informativos dos pontos de distribuição, pois tínhamos apenas 2.000 informativos para distribuir no dia. É verdade que atendemos algumas solicitações e enviamos uma
quantidade para grupos em Brasília e Belo Horizonte, mas ainda assim essa distribuição aconteceu em velocidade recorde. Difícil foi conseguir alguns de volta, pois já estavam praticamente esgotados.

No sábado de manhã, o grupo compareceu para participar de uma coleta de sangue que servirá de material para um estudo científico e, estando já no local de costume, fizemos a última reunião antes do evento.
Algumas faixas chegaram fresquinhas e delegamos as tarefas e responsabilidades para o dia seguinte.

No horário marcado, às 11 horas da manhã de domingo, já estava tudo montado. A mesa de informações, o caminhão de vídeo e a primeira faixa. Foram chegando as pessoas, os panfletos, mais faixas. Os remanescentes dos 15.000 esgotaram-se no tempo certo, bem no final da ação. Antes disso, lá pelas 13:00, no momento em que a calçada
escolhida atingiu a maior concentração, chegou a feijoada vegana e a fila logo se organizou, sem tumultuo. Servimos mais de 600 refeições, com direito a arroz integral e farofa. É claro que teve quem se serviu duas (ou mais) vezes, mas também teve quem deixou o local antes de chegar a feijoada. Portanto, foi esse o número estimado de pessoas que participaram do evento: 600. Um número nunca antes registrado em uma manifestação vegetariana na cidade. Mais um recorde!

Ainda assim, o número de pessoas a passar por lá foi muito maior, se contarmos os pedestres e motoristas que receberam os informativos e viram as faixas. Foram cerca de 3.500 informativos distribuídos no local. E parecia que tinha feijoada para todos esses, já que, depois de tudo terminado e um breve descanso, o grupo responsável pela
distribuição seguiu para compartilhar o restante (metade do total) com moradores de rua do centro da cidade, que não viram nada do que aconteceu, mas ainda assim puderam saborear a deliciosa feijoada vegana. Não é esse o espírito do que pretendíamos? Compartilhar com outros, ainda que desconhecidos, aquilo que temos como ideal. E
compartilhar entre nós mesmos esse espírito, pois essas ações não servem apenas para informar e inspirar desconhecidos, mas também para confraternizarmos e formarmos redes. Eu não sei o que os outros viram,
mas eu vi muita coisa, vi principalmente pessoas:

Teve gente que saiu cedinho de Minas Gerais só para prestigiar o evento, voltando para lá no mesmo dia, satisfeito. Teve gente que veio do interior do estado, com o mesmo propósito, determinado. Teve gente que veio de mais perto e teve gente que veio sem dormir, embora
desperto. Teve quem viesse de tatuagem, acessórios e piercing, e quem viesse de vestimenta salmão cantando para todos que ouvissem. Teve quem viesse com criança ou seu animal de estimação, a quem consideram seu irmão. Teve quem viesse de um lugar qualquer, desavisado, saindo surpreso e bem informado.

É com muito orgulho que parabenizo o grupo de ativistas da cidade de São Paulo por essa realização. Cada um de vocês contribuiu de maneira essencial para o sucesso desse evento. Graças ao nosso esforço coletivo, mobilizado na forma de reuniões, trocas de mensagens, horas de planejamento e articulação, além de corridas até a zona cerealista, gráfica e pontos de divulgação é que conseguimos tocar muitas pessoas de maneira imensurável – é difícil medir a extensão da consciência que pode ser desperta em ações dessa natureza.

Eu conversei com gente que passava por ali por acaso e quis saber mais. Conversei ainda com gente que já havia experimentado o vegetarianismo, mas não teve apoio suficiente para continuar e agora ganhou nova força e inspiração. Eu vi muitos companheiros fazendo o
mesmo. O impacto disso não pode ser medido, pois não sabemos quantas pessoas inspiramos nem tampouco em que grau o fizemos. Mas certamente fizemos e isso é uma grande vitória, à altura do nosso esforço e dedicação.

Que essa vitória possa inspirar muitas outras para o nosso grupo e para outros que tanto desejam realizar. Nosso calendário de atividades para o resto do ano está quase pronto e, continuando a unir o esforço dos poucos que contribuem com muito com o esforço dos muitos que contribuem com um pouco, certamente teremos muitos eventos muito bem-sucedidos e, mesmo que frente à imensidão daquilo que ainda é necessário fazer isso signifique pouco, quando se trata do sofrimento animal sabemos que esse pouco já significa muito.

Sucesso sempre aos ativistas pelos direitos dos animais!

George Guimarães
Coordenador da Sociedade Vegetariana Brasileira em São Paulo

nutriveg@terra.com.br
www.nutriveg.com.br



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Avaliação do evento - Texto George Guimarães
SVB
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