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TÓPICO:

Substituição às coleta de animais para pesquisa e ensino 17 anos 6 meses atrás #669


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From: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Date: Thu, October 5, 2006 3:31 pm
To:

oLÁ, Sérgio.
Nos conhecemos em Alfenas e nos revemos em Saõ Paulo, por ocasião do
Congresso Vegetariano.
Sou graduanda de biologia e faço uma matéria nada agradável cujo nome é
"Técnica de coleta e preparo de material biológico". Mal assisto às aulas.
Naõ concordo e tão pouco me apetece a idéia de que seres vivos são meros
organismos, meros exemplares prontos a serem coletados, mortos e
estocados, meros "materiais biológicos".
Gosto muito de suas palestras e me lembro que me Alfenas, citaste algo
sobre altrenativas à coleta de animais... Gostaria de obter mais
informações, pois preciso fazer um seminário sobre coleta e preparo (
fixação) de mamíferos e quero mostrar que não se precisa sair
extreminando os bichos pra estudá-los ou identificá-los ou mostrar
espécies niovas. EXISTE algum método molecular?
Aguardo respostas.
Obrigada.
Um abraço.
Priscila Camargo Reis.


Oi Priscila:

Agradeço seu contato.

Realmente eu estava desenvolvendo o tema de alternativas à coleta e marcação invasiva de animais. Qualquer método que permita o registro dos animais sem que para isto necessitemos retirar o animal de campo pode ser considerado um método substitutivo, o problema é se seu professor aceitará que você apresente no seminário um método que destoe das práticas atuais.

Vão aí algumas sugestões:

- Identificação fotográfica: Você pode realizar um levantamento fotográfico das espécies em campo. Isto pode incluir a captura ou não dos espécimes, mas de toda forma ocorre com o minimo de manipulação e a liberação dos animais ocorre minutos após, em seu próprio território. Animais maiores podem ser fotografados sem a necessidade de captura. É importante que este registro fotográfico seja bem detalhado e permita identificar estruturas diferenciais da morfoespécie.

- Identificação vocal: Algumas espécies não possuem fenótipo diferente de espécies próximas, mas podem ser diferenciadas pelo seu padrão de vocalização. De fato, estes padrões são importantes para a identificação das espécies. Um biólogo pode se situar em campo e gravar estes sons, relacionando-os com as diferentes morfoespécies. Capturar animais e deposita-los em um museu não permitiria tal tipo de estudo.

- Obtenção de material biológico: Material biológico como penas, pêlos, escamas, sangue e fezes dizem muito sobre os animais. Não há necessidade de se matar um animal e depositar em um museu, basta que tenhamos uma amostra de seu padrão genético, aliado a outras informações como as acima descritas. Uma identificação do cariótipo diz muito mais sobre o animal do que seu cadáver preservado em um museu. Por exemplo, você sabia que o que chamamos de anta (Tapirus terrestris) na verdade são duas espécies de animais que não se cruzam entre si? Vários museus possuem antas preservadas mas não sabiam, e não sabem, que espécie possuem. Acham que é tudo a mesma coisa. Apenas pela contagem de cromossomos de uma anta do pantanal veremos que não se trata da mesma espécie que existe, por exemplo, na mata atlântica.

- Observação: Diversas observações em campo permitem que se estude animais sem a necessidade de captura. Por exemplo, não precisamos estudar o conteúdo estomacal de animais se podemos identificar em campo de que eles estão se alimentando ou podemos examinar suas fezes em busca de vestígios dos alimentos.

Bem Priscila, espero ter lhe ajudado. Se precisar de mais informações sinta-se à vontade para escrever. Recomendo que também contate o Prof. Germano Woehl (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.), que entende bastante deste assunto.

abraços

Sérgio Greif

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