Mutilação de pets
Muitos donos acreditam que seus cachorros ficam mais bonitos de rabo empinado ou quase sem orelha. A mudança no visual só é possível, na maioria dos casos, após uma cirurgia nos animais.
A prática é muito comum em cachorros treinados para o combate, como as raças pitbull e rotweiller, mas veterinários dizem que a operação é perigosa. “Não existe necessidade de expor o animal a um risco anestésico ou de pegar uma infecção durante a cirurgia. É um risco desnecessário, que o animal não precisa correr”, argumenta o veterinário Gustavo Seixas.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária proibiu nesta quarta-feira duas práticas muito comuns no Brasil: a conchectomia, que é o corte da orelha do cachorro, e a onicectomia, que é a retirada da unha do gato.
O Conselho diz que a decisão foi tomada porque é preciso estabelecer uma convivência de respeito mútuo entre o animal e seu dono, e as cirurgias não trazem nenhum benefício aos bichos.
Beatriz Nabuco administra um hospital veterinário e já perdeu um cachorro por causa da cirurgia de orelha, que provoca muito sangramento. “A gente inclusive tem o hábito de orientar o proprietário, explicar como vai ser o procedimento e o pós-cirúrgico, e deixa a critério do dono”, explica a veterinária.
A proibição pretende estimular os donos a conhecer os animais como eles
realmente são e evitar as mutilações. Por incrível que pareça, um doberman de orelha caída e rabo cumprido chega a ser um bicho raro.
Fonte: Jornal da Globo
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