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Parada pelo respeito aos animais

conjunto.jpgSou cachorreiro, vegetariano e participei ativamente de várias listas de discussão sobre animais. Infelizmente, a maioria delas transformou-se num imenso muro de lamentações e pedidos de socorro – e é humanamente impossível atender a todos. Acredito que a maioria dos participantes apenas lê, se comove e... Só. (digo a maioria, não todos, OK?).

Entendo a urgência de certos resgates, conheço a ignorância e violência humanas contra esses seres indefesos, mas percebo que todos esses esforços têm sido atropelados, não vencem a progressão geométrica dos acasalamentos dos animais abandonados nem a eterna ignorância da população.

 

Tenho feito minha minúscula e insignificante parte tentando trabalhar a conscientização, distribuindo textos pela internet, bem como desenhos de camisetas, pôsteres, apresentações... Mas é pouco e parece inútil. Me candidatei a voluntário em várias instituições, no que fosse possível usar minhas experiências e habilidades relacionadas a planejamento, marketing, publicidade, mas ninguém voltou a entrar em contato. Não devem estar precisando de ajuda...

 

Mais de uma vez escrevi sobre a necessidade de coordenação, de integração dos esforços particulares e solitários, mas parece ser extremamente difícil, impossível até, articular um movimento em conjunto. Todo mundo quer fazer algo, mas ninguém parece querer unir esforços. Vejo um “mutirão” para castração no qual aparecem poucos gatos pingados (desculpem o trocadilho), feiras de adoção às moscas, vejo um encontro nacional de meia dúzia de pessoas e circunscrito aos iniciados, não atingindo a população alheia ao assunto, com quase nenhum alcance e cobertura de mídia que o divulgue ao menos em nível municipal. Torço para que o ENDA mude esse quadro. Estou “negociando” com minha esposa a minha ida.

 

Aliás, pq fazer um encontro a 165km de SP, escondido no mato? Aqui em SP ficaria muito caro? Deveria ser aqui sim, num auditório em plena Rebouças ou Paulista, fazer faixas, cartazes, chamar toda a mídia, parar (ainda mais) o trânsito... Chamaria muito mais atenção.

 

Pensei que, talvez, nos moldes da Parada do Orgulho Gay ou das passeatas para Cristo que evangélicos fazem também na avenida Paulista, poderia haver um entrosamento entre as diversas instituições de proteção animal, das ONGs, dos sites e dos blogueiros desse assunto, dos vegetarianos, dos donos de restaurantes vegetarianos,  e promover uma grande passeata nessa mesma avenida, tornando-a  parte do calendário anual. Se não na Paulista, em outra qualquer, que seja.

 

Um “movimento”, algo que se possa verdadeiramente chamar de movimento, como esse teria gratuitamente ampla cobertura da mídia, seria uma oportunidade de distribuir folhetos, apostilas, orientação aos leigos... Poderia fazer em um único dia o que esforços solitários não fazem num ano. Ando atento ao “assunto animal” e, se é que já houve algo parecido, não vi nos jornais, nos portais da internet nem em folhetos nos petshops.

 

Para isso ocorrer é preciso ter contatos, porque sempre há alguém que conhece alguém que conhece alguém que tem meios para se fazer algo. Marcar encontros para discutir a estratégia, a logística, os conceitos que serão defendidos, unificar o discurso, sei lá o que mais. Assim como Gays e Evangélicos conseguiram se unir em torno de uma causa – e tê-la divulgada ao país inteiro - acredito que podemos tentar algo parecido em relação aos animais.

 

Abolicionismo, direitos animais, dieta vegetariana são “coisas de outro mundo” para a grande maioria da população. Dia desses, estava trocando e-mails com um colega e ele se espantou com um vídeo que lhe enviei sobre o que se passa nos rodeios. É um cara metropolitano, de nível superior, mas nunca havia pensado que aquilo era possível e acontecia numa festa que ele até curtia.

Se um cara assim, com curso superior e acesso doméstico banda larga à internet desconhece totalmente esse assunto, que dizer dos milhões de trabalhadores que têm as novelas televisivas como única fonte de informação antes de dormir acabado para enfrentar o dia seguinte?

 

É preciso encontrar uma maneira de divulgação maciça, forte, reconhecida e que ao menos faça a população atentar para o assunto. Vegetarianos, veganos, cachorreiros, gateiros, budistas, hare khrisnas, protetores, pessoal de ONGs, de abrigos, veterinários... Puxa, dá um monte de gente!...

 

É preciso sim continuar a “apagar os incêndios” como todos os envolvidos na causa têm feito desde sempre, cuidando dos abandonados, resgatando, etc., etc.... Mas isso não vai acabar nunca sem a colaboração de toda a população, que só se conseguirá através da conscientização. Somos relativamente poucos diante de um problema imenso. Se formos em maior número, se conseguirmos trazer mais gente pro nosso lado, o problema será “menos dificilmente” enfrentado e, quem sabe um dia, vencido.

 

Eu sou apenas um publicitário desempregado, solitário diante de meu computador e talvez esteja tendo idéias típicas de quem não tem o que fazer, mas posso ajudar no que for necessário.

 

De novo: como no ditado popular, “a união faz a força”. É óbvio, tão óbvio, mas não é o que tenho visto, não sei por quê.

 

É uma idéia idiota?

 

Luís Henrique
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