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Os_animais_e_a_etica.pdf
Que lugar os animais não-humanos deveriam ocupar num sistema moral aceitável? Esses animais existem à margem de nossos conceitos morais; o resultado é que às vezes conferimos-lhes um estatuto moral forte, enquanto que outras vezes negamos-lhes qualquer tipo de estatuto moral. Por exemplo, a humilhação pública é forte quando o conhecimento das “fábricas de filhotes” 9 é trazido à tona; a idéia é que os animais merecem mais consideração do que lhes dão os operadores de tal lugar. No entanto, quando se aponta que as condições numa granja são tão más, se não muito piores, quanto nas fábricas de filhotes, a resposta habitual é que esses afetados, afinal, são “apenas animais” e não merecem a nossa consideração. O pensamento filosófico sobre a posição moral dos animais é diverso e geralmente pode ser agrupado em três categorias gerais: teorias indiretas, teorias diretas mas que enfatizam a desigualdade e teorias da igualdade moral.
As teorias indiretas negam o estatuto moral dos animais ou a consideração igual com os humanos devido à falta de consciência, razão ou autonomia. Em última instância, ao negar estatuto moral aos animais, essas teorias podem ainda exigir que os animais não sejam maltratados, mas apenas porque fazer tal coisa é ruim para a moralidade do ser humano. Os argumentos nessas categorias têm sido formulados por filósofos como Immanuel Kant, René Descartes, Tomás de Aquino, Peter Carruthers, e várias teorias religiosas.
As teorias diretas que enfatizam a desigualdade concedem alguma consideração moral aos animais, mas negam-lhes um estatuto moral pleno devido a sua incapacidade de respeitar o direito de outros agentes ou mostrar reciprocidade moral numa comunidade de agentes iguais. Os argumentos nessa categoria consideram a senciência do animal como razão suficiente para não se causar dano direto aos animais. No entanto, onde os interesses dos animais e dos humanos conflitam, as propriedades especiais do ser humano como a racionalidade, a autonomia e a auto-consciência conferem consideração maior aos interesses humanos. As teorias da igualdade moral estendem a igual consideração e o estatuto moral aos animais refutando as supostas relevâncias morais das propriedades especiais dos seres humanos anteriormente mencionadas. Argumentando por analogia, as teorias da igualdade moral geralmente estendem o conceito de direito aos animais pela razão de que eles têm capacidades psicológicas e mentais similares a bebês e seres humanos incapazes. Os argumentos nessa categoria têm sido formulados por filósofos como Peter Singer e Tom Regan.
As teorias indiretas negam o estatuto moral dos animais ou a consideração igual com os humanos devido à falta de consciência, razão ou autonomia. Em última instância, ao negar estatuto moral aos animais, essas teorias podem ainda exigir que os animais não sejam maltratados, mas apenas porque fazer tal coisa é ruim para a moralidade do ser humano. Os argumentos nessas categorias têm sido formulados por filósofos como Immanuel Kant, René Descartes, Tomás de Aquino, Peter Carruthers, e várias teorias religiosas.
As teorias diretas que enfatizam a desigualdade concedem alguma consideração moral aos animais, mas negam-lhes um estatuto moral pleno devido a sua incapacidade de respeitar o direito de outros agentes ou mostrar reciprocidade moral numa comunidade de agentes iguais. Os argumentos nessa categoria consideram a senciência do animal como razão suficiente para não se causar dano direto aos animais. No entanto, onde os interesses dos animais e dos humanos conflitam, as propriedades especiais do ser humano como a racionalidade, a autonomia e a auto-consciência conferem consideração maior aos interesses humanos. As teorias da igualdade moral estendem a igual consideração e o estatuto moral aos animais refutando as supostas relevâncias morais das propriedades especiais dos seres humanos anteriormente mencionadas. Argumentando por analogia, as teorias da igualdade moral geralmente estendem o conceito de direito aos animais pela razão de que eles têm capacidades psicológicas e mentais similares a bebês e seres humanos incapazes. Os argumentos nessa categoria têm sido formulados por filósofos como Peter Singer e Tom Regan.