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pdf Levando a sério a consideração moral dos animais: para além do especismo e do ecologismo

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Levando a sério a consideração moral dos animais: para além do especismo e do ecologismo
Os animais não humanos são explorados de maneira massiva. Igualmente, o sofrimento e a morte dos animais no mundo selvagem não recebem quase nenhuma atenção, mesmo nos casos nos quais seria factível agir para ajudá-los. Isto acontece porque se assume comumente que só os humanos devem receber pleno respeito, e que os seus interesses têm assim prioridade por cima dos interesses dos demais animais. Porém não há nenhum critério que não seja meramente definicional e cujo cumprimento seja comprovável que possa justificar tal trato diferenciado. Apela-se frequentemente à posse de certas capacidades (como faculdades cognitivas) ou de certas relações (como a simpatia mútua) como critérios para a atribuição da consideração moral que distingue os humanos dos demais animais. Mas esses critérios não são satisfeitos por todos os seres humanos, nem são em si aquilo que determina a possibilidade de receber danos ou benefícios. Por esse motivo, não podem justificar uma consideração desfavorável aos animais não humanos e, portanto, devem ser vistos como uma posição especista. Isso implica que a exploração animal por mãos humanas resulta injustificável. Também implica que, se aceitamos ajudar os seres humanos em situação de necessidade, também temos de fazê-lo naqueles casos em que seja factível ajudar os animais no mundo selvagem. Isso mostra que a confusão que, frequentemente, se dá entre a defesa dos interesses dos animais e as posições ecologistas é totalmente descabida. O que defende cada uma dessas posições é radicalmente distinto, pois uma considera os seres sencientes entanto a outra considera entidades não sencientes, como os ecossistemas ou as espécies. Assim, geram-se consequências conflitantes. A partir do ecologismo, defendese intervenções rejeitadas do ponto de vista anti-especista, como matanças de animais para manter certos ecossistemas. E, à inversa, de uma posição anti-especista se defenderá, contra as perspectivas ecologistas, a intervenção para ajudar os animais em situação de necessidade no mundo selvagem, quando seja factível fazê-lo com sucesso.