Grupo protesta diante do consulado japonês em SP pelas baleias e golfinhos
O grupo de defesa da vida marinha Sea Shepherd realizou, na tarde desta sexta-feira (22), um protesto contra a caça às baleias, golfinhos e tubarões praticada pelo Japão, em frente ao consulado do país, em São Paulo.
Cerca de 30 manifestantes, segundo a organização, se posicionaram em frente ao consulado, com faixas, banners e imagens. Também distribuíram panfletos a quem passava, buscando chamar a atenção sobre a prática japonesa.
Rosana Tsibana, 45, embaixadora da boa vontade da província japonesa de Okinawa e diretora de responsabilidade social da empresa de cosméticos Surya Brasil, partipou do ato e disse à Folha Online que, "como descendente de japoneses", sente "vergonha dessa prática do país".
"O Japão sempre foi tão apegado à verdade, a um espírito de solidariedade e respeito. É um país tão desenvolvido e usam mentiras sobre pesquisa científica para acobertar crueldade marinha?", diz ela. "O Japão tem que acordar, desrespeita até lei internacional", referindo-se à moratória internacional sobre a caça das baleias, em vigor desde 1986.
O grupo Sea Shepherd protesta contra a caça às baleias, golfinhos e tubarões praticada pelo Japão
Golfinho oculto
O voluntário do Sea Shepherd Carlos Francisco, 34, afirma que as baleias e golfinhos são caçados e consumidos pelo próprio Japão, o que é proibido no Brasil. "O filme 'The Cove' mostrou que 23 mil golfinhos são mortos anualmente em Taiji, cidade litorânea japonesa, e são servidos como carne de baleia", ressalta ele.
"E essa carne de golfinho depois vai para a merenda escolar das crianças", completa Tsibana.
"No caso dos tubarões, são retiradas suas barbatanas, que viram sopa pela Ásia," explica Carlos. "Depois são devolvidos vivos de volta ao mar, mas, sem barbatana, acabam morrendo."
Procurado pela Folha Online, o consulado afirmou apenas que está ciente do ato, que durou mais de seis horas, mas não quis manifestar nenhuma posição a respeito. Também disse que não teve nenhum contato com os ativistas. Estes se queixaram sobre ameaças de seguranças do prédio Top Center, onde fica o órgão japonês.
MAURÍCIO KANNO
colaboração para a Folha Online
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