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É crescente o número de pessoas com hábitos alimentares que excluem a carne

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Vegetarianos e veganos se tornaram comuns na cidade, frequentadores de restaurantes e outros comércios voltados para esse tipo de comida

 Deixar hábitos comuns da alimentação do brasileiro, resistir àquele churrasco e até à bolsa de couro da moda não são mais coisas de outro mundo. Conhecer vegetarianos e veganos se tornou comum no Distrito Federal. Motivados pelo respeito aos animais e ao meio ambiente, em busca por melhorias na saúde ou até por razões espirituais, os adeptos mudam o estilo de vida e estimulam o crescimento de um mercado direcionado para uma alimentação saudável e consciente. Nos últimos quatro anos, proprietários de lojas com alimentos produzidos sem ingredientes derivados de animais, como o leite e o mel, relatam acréscimo de até 50% nas vendas. Restaurantes voltados para esse público também atraem celíacos e intolerantes à lactose. Um pouco mais raros, crudívoros também buscam espaço para disseminar a filosofia na capital.


Embora não existam pesquisas recentes sobre os hábitos alimentares em Brasília, é possível perceber uma redução no número de açougues. O mercado já chegou a ter mais de mil estabelecimentos e, hoje, tem cerca de 350 em todo o DF, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas, Gêneros Alimentícios e outros (Sindigêneros). No entanto, as lojas voltadas para alimentação saudável somam 150 entre restaurantes, lanchonetes, pizzarias, bares, cafés e empórios.
De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), divulgada há dois anos, 9% da população brasileira são vegetarianos. O que, na época, somaria 17,5 milhões de pessoas. “É um mercado que vem crescendo. As pessoas têm estudado, pesquisado tudo o que está por trás da causa e abraçado essa ideia da sustentabilidade. Por isso, não só o vegetarianismo tem aumentado, mas também o veganismo, que é um outro estilo de vida”, afirma a gerente de certificação da Sociedade Vegetariana Brasileira, Carol Murua.

André Violatti/Esp.CB/D.A PressMarcel e Jamille, do Canelle: sem alternativas para comer bem


Segundo ela, já existem gerações que nunca comeram carne e mantêm uma alimentação balanceada em conjunto com o equilíbrio do meio ambiente. “As crianças que crescem em famílias vegetarianas ou veganas têm outro discurso. Falam com propriedade sobre ecologia e proteção do meio ambiente. É algo que está dentro de casa”, conclui Carol. Rogério Fontes de Resende, 28 anos, está na quarta geração de vegetarianos da família. O hábito de não consumir carne começou com os bisavós. “Eles se conheceram na sociedade teosófica, que prega toda essa dicussão sobre o homem e o universo.


Sabor

A necessidade de seguir uma dieta distante da pirâmide alimentar tradicional e a preços um pouco mais acessíveis leva muitos veganos e vegetarianos a cozinhar os próprios alimentos. Com eles, os intolerantes a algum tipo de substância também buscam no mercado produtos não somente para a subsistência, mas também que sejam saborosos. O leque de mercadorias direcionadas, nacionais e internacionais, cresceu consideravelmente. As opções chegaram à capital do país e fazem sucesso.

A Sociedade Vegetariana Brasileira no DF elabora um catálogo para mostrar os serviços desse tipo. Cerca de 150 estabelecimentos já foram registrados na cidade. Entre eles, a Cannelle Doces, na 213 Norte. O estabelecimento abriu as portas em dezembro de 2014, mas o pouco tempo de fundação não foi empecilho para ser citado por todos os entrevistados na reportagem. A doceria é a referência de quitutes veganos gostosos. O destaque é para o sorvete sem leite ou derivados e para os bolos sem lactose, sem glúten ou ovo. “No início de 2013, minha esposa, Jamille, virou vegana. Achamos no mercado soluções muito fracas para veganos. A gente gostava de sair, mas sair para comer coisas gostosas. Como não encontrávamos, ela começou a fazer. Tudo era tão bom que decidimos abrir um negócio”, conta Marcel Dornelas, 27 anos, proprietário da Cannelle e publicitário. 

Fonte: Correio Braziliense

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