Escola de samba veta couro de animal na bateria e plumas nas fantasias
- Cuíca, tamborins e outros instrumentos terão material sintético - contou Jamil Jorge, vice-presidente da escola, que procura alternativa para os surdos, caracterizados pelo som abafado.
As fantasias ganharam plumas artificiais laminadas com detalhes em gliter. Muitas foram pintadas a mão. Costeiros foram feitos com plástico de saco de lixo ou TNT, um tecido todo furadinho. Garrafas pet e até latinhas de cerveja compõem fantasias e carros alegóricos. Outro material muito utilizado é a pelúcia, que parece pele de animal, mas não é.
- Algumas escolas já eliminaram plumas, mas não em todo o desfile, muito menos nos destaques. Fizeram isso só em algumas alas. Além disso, os instrumentos da Império do Ipiranga serão novidade, um marco no Carnaval - declarou Altina Medeiros Madellini, presidente da Tribuna Animal, que auxiliou a escola na confecção das fantasias.
Com o samba-enredo "A salvação do planeta é o bicho", de Anselmo Brito, a escola vai passear por temas ligados à preservação do meio ambiente, dos animais e do planeta. Alas criticarão a máfia de animais silvestres, o circo que abusa de animais, os rios poluídos, as queimas, os rodeios. A arara azul e a onça pintada, ambas em extinção, não foram esquecidas. As baianas representarão a mãe natureza. E os integrantes da bateria estarão caracterizados de caçadores. O carro abre alas será uma arca de Noé, cheia de animais.
- Não sabemos como essa inovação será aceita pelos jurados. As fantasias são menos suntuosas e deram muito mais trabalho - disse Jamil, que não sabe se continuará nessa linha nos próximos anos.
- Precisamos de incentivo financeiro, assim, não posso garantir que no ano que vem vamos manter essa linha. Se pintar um patrocinador e se ele quiser plumas... O importante é que esse ano vamos dar o nosso recado: cuide do planeta!
Diário de S.
Paulo
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