Lei Arouca
Infelizmente vivemos no Bananão
O país que apóia e recebe os dejetos do "primeiro mundo" e aceita imposições de seus pares.
Da Lei Arouca a outras incompetências
Para os que são um pouco mais
antigos e já passaram dos 40 o Brasil nos remete a um filme de 1960,
dirigido por Mauro Bolognini e estrelado por Marcello Mastroianni e
Claudia Cardinale. Em "O Belo Antonio", com um roteiro inteligente
baseado no romance de Vitaliano Brancati (e que paradoxalmente hoje
poderia ser considerado "politicamente incorreto" por ter como
enredo as deficiências fisicas ou psicológicas de alguém). As mulheres
se apaixonam pelo belo e vistoso Antonio, porque imaginam que ele seja
Podemos fazer então uma analogia com
o Brasil de hoje, que infelizmente já começa a ganhar o apelido entre
seus pares sul americanos de "Bananão".
Por que "Bananão" e por que fazer
uma analogia com um filme italiano de 1960. Porque o Brasil não age, o
Brasil está sempre na contramão da história, o Brasil é, infelizmente,
o "Belo Antonio" da América Latina, "quiçá" do mundo. Com sua imensidão
geográfica e riquezas naturais que fazem brilhar aos olhos dos que
estão acima da linha do Equador, o Brasil não toma atitudes de um
grande país, ele simplesmente aceita e concede o que outros lhe impõem.
E dessa forma dificilmente irá crescer e frutificar, vai apenas aderir aos interesses dos mais fortes ou dos mais audaciosos.
Com a aprovação e ratificação da Lei
Arouca - PLC 93/08 -, que cria o Conselho Nacional de Experimentação
Animal (Concea) e que irá credenciar instituições interessadas na
criação e utilização de animais para fins científicos e que também
formulará normas para o uso dos animais, o
uso de animais voltará às atividades de ensino nos estabelecimentos de
ensino técnico de nível médio da área biomédica e permanecerá nos de
ensino superior. O uso em pesquisas será permitido nas atividades
relacionadas à ciência básica, ciência aplicada, desenvolvimento
tecnológico e produção e controle da qualidade de drogas, medicamentos,
alimentos, imunobiológicos e instrumentos. A proposta, que agora vai à
sanção, foi apresentada em 1995, pelo então deputado federal Sérgio
Arouca.
Caso o Projeto de Lei seja sancionado, isso significa que:
a indústria da experimentação
animal, que sofre grande pressão no exterior e por isso precisava de
suporte no legislativo para poder realizar as suas atividades no
terceiro mundo encontrou esse suporte no Brasil. E o Brasil, mais uma
vez está abrindo as portas para receber o lixo que outros países não
querem mais abrigar em seus quintais.
E isso é o Brasil, que "deitado
eternamente em berço esplêndido", permite que se faça aqui o que já foi
proibido ou que sofre grande pressão contrária em outros países. O
Brasil é o local aonde os cientistas ao invés de se preocuparem em
descobrir métodos alternativos para o não uso de animais em suas
experiências, preocupam-se com a sua impotência para
a pesquisa e, dessa forma, aceitam e festejam todas as "idéias lixo" (e
consequente aporte financeiro) que são impingidas pela industria
farmacêutica internacional. Para os bons entendedores é a forma mais
rápida com que os "Belos Antonios" do mundo cientifico e politico
ganham em potência financeira o que não mais conseguem da forma
tradicional.
E os animais? Ora, para os
cientistas e políticos que ainda vivem no século XVII os animais são
apenas máquinas que quando gemem de dor e desespero reproduzem o som de
uma engrenagem sem lubrificação.
Aguardem: pois já
está em andamento um enorme centro de experimentação cientifica na
região amazônica que será especializado em símios nacionais, bancado
óbviamente por interesses internacionais.
Erico Mabellini
Tribuna Animal
www.tribunaanimal.org.br
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