Lei Arouca
Infelizmente vivemos no Bananão
O país que apóia e recebe os dejetos do "primeiro mundo" e aceita imposições de seus pares.
Da Lei Arouca a outras incompetências

Podemos fazer então uma analogia com
o Brasil de hoje, que infelizmente já começa a ganhar o apelido entre
seus pares sul americanos de "Bananão".
Por que "Bananão" e por que fazer
uma analogia com um filme italiano de 1960. Porque o Brasil não age, o
Brasil está sempre na contramão da história, o Brasil é, infelizmente,
o "Belo Antonio" da América Latina, "quiçá" do mundo. Com sua imensidão
geográfica e riquezas naturais que fazem brilhar aos olhos dos que
estão acima da linha do Equador, o Brasil não toma atitudes de um
grande país, ele simplesmente aceita e concede o que outros lhe impõem.
E dessa forma dificilmente irá crescer e frutificar, vai apenas aderir aos interesses dos mais fortes ou dos mais audaciosos.
Com a aprovação e ratificação da Lei
Arouca - PLC 93/08 -, que cria o Conselho Nacional de Experimentação
Animal (Concea) e que irá credenciar instituições interessadas na
criação e utilização de animais para fins científicos e que também
formulará normas para o uso dos animais, o
uso de animais voltará às atividades de ensino nos estabelecimentos de
ensino técnico de nível médio da área biomédica e permanecerá nos de
ensino superior. O uso em pesquisas será permitido nas atividades
relacionadas à ciência básica, ciência aplicada, desenvolvimento
tecnológico e produção e controle da qualidade de drogas, medicamentos,
alimentos, imunobiológicos e instrumentos. A proposta, que agora vai à
sanção, foi apresentada em 1995, pelo então deputado federal Sérgio
Arouca.
Caso o Projeto de Lei seja sancionado, isso significa que:
a indústria da experimentação
animal, que sofre grande pressão no exterior e por isso precisava de
suporte no legislativo para poder realizar as suas atividades no
terceiro mundo encontrou esse suporte no Brasil. E o Brasil, mais uma
vez está abrindo as portas para receber o lixo que outros países não
querem mais abrigar em seus quintais.
E isso é o Brasil, que "deitado
eternamente em berço esplêndido", permite que se faça aqui o que já foi
proibido ou que sofre grande pressão contrária em outros países. O
Brasil é o local aonde os cientistas ao invés de se preocuparem em
descobrir métodos alternativos para o não uso de animais em suas
experiências, preocupam-se com a sua impotência para
a pesquisa e, dessa forma, aceitam e festejam todas as "idéias lixo" (e
consequente aporte financeiro) que são impingidas pela industria
farmacêutica internacional. Para os bons entendedores é a forma mais
rápida com que os "Belos Antonios" do mundo cientifico e politico
ganham em potência financeira o que não mais conseguem da forma
tradicional.
E os animais? Ora, para os
cientistas e políticos que ainda vivem no século XVII os animais são
apenas máquinas que quando gemem de dor e desespero reproduzem o som de
uma engrenagem sem lubrificação.
Aguardem: pois já
está em andamento um enorme centro de experimentação cientifica na
região amazônica que será especializado em símios nacionais, bancado
óbviamente por interesses internacionais.
Erico Mabellini
Tribuna Animal
www.tribunaanimal.org.br
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