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Progesterona (Progesterone.)

Progesterona em Cosméticos: Origem e Perspectiva Vegana

O que é a progesterona?

A progesterona é um hormônio esteroide natural, frequentemente associado à saúde reprodutiva. Nas mulheres, é produzida principalmente nos ovários (pelo corpo lúteo) e desempenha um papel crucial na regulação do ciclo menstrual e na preparação do útero para a gravidez. Trata-se de um dos principais hormônios da gestação, ajudando a manter a gravidez e a evitar contrações uterinas precoces. Os homens também produzem pequenas quantidades de progesterona (nas glândulas adrenais e testículos), mas nas formulações cosméticas e terapêuticas geralmente refere-se ao hormônio idêntico ao feminino. Em suma, é um hormônio sexual chave, naturalmente presente em mamíferos, e quimicamente é um esteroide com 21 átomos de carbono (C_21H_30O_2) – um membro da família dos progestágenos. A imagem a seguir ilustra a estrutura química da molécula de progesterona, evidenciando seu núcleo esteróide de quatro anéis:

Estrutura química da molécula de progesterona (C_21H_30O_2).

Apesar de sua importância biológica, a progesterona também pode ser sintetizada em laboratório para diversos usos. Em contextos médicos, a progesterona “bioidêntica” (quimicamente igual à do organismo humano) é utilizada em terapias hormonais, anticoncepcionais e outros tratamentos. Já no contexto de cosméticos, o uso desse hormônio gera interesse e dúvidas, especialmente para quem segue princípios veganos, como veremos adiante.

Uso da progesterona em cosméticos

No universo dos cosméticos, a progesterona tem aparecido principalmente em produtos antienvelhecimento e de tratamento hormonal tópico. Algumas formulações de cremes faciais anti-idade incluem pequenas quantidades de hormônios (como progesterona ou estrogênios) buscando efeito rejuvenescedor – por exemplo, melhorar a elasticidade da pele ou estimular a produção de colágeno e hidratação. De fato, a progesterona já foi utilizada em cremes anti-rugas para a pele do rosto. A ideia por trás disso é que, na menopausa ou envelhecimento, os níveis hormonais caem, o que pode afetar a firmeza e aparência da pele; assim, alguns produtos “cosmecêuticos” tentam repor topicamente esses hormônios para amenizar rugas e ressecamento.

Outra aplicação cosmética indireta da progesterona ocorre em produtos capilares que contêm extratos placentários. A placenta de animais (como bovinos ou ovinos) é rica em hormônios, incluindo progesterona e estrogênio, e foi incorporada a condicionadores e tratamentos capilares com a promessa de fortalecer cabelos e estimular o crescimento. Esses “placental extracts” tornaram-se comuns especialmente em produtos como máscaras e ampolas para cabelo (houve até produtos direcionados a determinados públicos, como relaxantes capilares para mulheres negras, contendo placenta). Entretanto, esse uso levanta preocupações de saúde, pois a presença de hormônios em cosméticos pode causar efeitos sistêmicos indesejados. Estudos apontam que o uso prolongado de produtos com hormônios pode antecipar puberdade em crianças ou contribuir para riscos hormonais em adultos. Por isso, órgãos de saúde recomendam evitar cosméticos com ingredientes como “placenta” ou hormônios adicionados.

Em resumo, a progesterona em cosméticos não é tão comum quanto outros ativos (vitaminas, peptídeos, etc.), mas tem sido empregada em alguns nichos: principalmente cremes antienvelhecimento “hormonais” e produtos com extrato de placenta. Vale lembrar que, na maioria dos países, a adição de hormônios em cosméticos é regulada ou restrita, dado o potencial de absorção cutânea e efeitos colaterais. Ainda assim, é possível encontrar cremes faciais manipulados ou importados contendo progesterona (especialmente em lojas de produtos “naturais” para menopausa) e produtos capilares com placenta. Diante disso, consumidores veganos devem estar atentos à origem desse ingrediente quando ele aparece nos rótulos – tema que exploraremos a seguir.

Formas de obtenção da progesterona

A progesterona pode ser obtida por diferentes meios, e entender sua origem é fundamental para avaliar se um produto é compatível com o veganismo. As três fontes principais são: animal, vegetal e sintética (que muitas vezes combina matérias-primas vegetais com síntese química). Abaixo, explicamos cada forma de obtenção e como elas se relacionam à indústria cosmética.

Origem animal

Originalmente, as primeiras quantidades de progesterona pura foram extraídas de tecidos animais. Fontes possíveis incluem glândulas e órgãos de mamíferos, como ovários de porcas ou placentas de vacas. Historicamente, a progesterona era tão difícil e cara de isolar que, antes dos avanços sintéticos, apenas processos laboriosos com grande volume de material animal conseguiam produzir pequenas amostras. Por exemplo, nos anos 1940, extrair progesterona de animais era um processo custoso e ineficiente – estimava-se um custo de até 1000 dólares por grama, inviável para uso amplo. Esse hormônio foi considerado “mais precioso que ouro” naquela época, pois era necessário coletar e processar inúmeros ovários ou placentas para conseguir poucos miligramas.

Na indústria cosmética, a origem animal da progesterona se manifesta principalmente através do uso de extratos animais contendo o hormônio, ao invés de progesterona pura isolada. O exemplo mais notório é o extrato de placenta. A placenta (humana ou de outros mamíferos) contém progesterona naturalmente, e esse ingrediente é empregado em cosméticos como placental protein ou placental extract. Infelizmente, isso implica origem animal direta: geralmente são placentas obtidas de abatedouros (vacas, ovelhas) ou bancos de placenta. Documentos de organizações de cosméticos destacam que a placenta animal é amplamente utilizada em cremes para a pele, xampus, máscaras etc.. Em outras palavras, produtos que listam “placenta” nos ingredientes definitivamente não são veganos, já que derivam de tecido animal. Além da placenta, outras substâncias relacionadas – como líquido amniótico ou soro uterino – às vezes aparecem em formulações de luxo, todas de origem animal.

Importante salientar: a progesterona pura de origem animal raramente é adicionada diretamente hoje em cosméticos convencionais, pois seria dispendioso. Em vez disso, utiliza-se esses extratos brutos (como placenta) ou derivados. Outro hormônio semelhante, o estrógeno, chegou a ser obtido da urina de éguas prenhes para usos cosméticos e farmacêuticos, ilustrando que a indústria já explorou fontes animais incomuns para hormônios. Para o consumidor vegano, qualquer menção a termos como placenta, amniotic fluid (fluido amniótico) ou mesmo progesterone sem clarificação de origem é um sinal vermelho de possível derivação animal.

Em cosméticos veganos certificados, nenhum ingrediente de origem animal é permitido, portanto a progesterona nesses produtos não virá de fontes animais. Contudo, em produtos não certificados, a presença de “progesterona” isolada é mais provavelmente sintética (ver adiante), enquanto a presença de “placenta” indica claramente origem animal.

Origem vegetal

Embora plantas não produzam “progesterona humana” de forma significativa, certas plantas produzem compostos semelhantes (esteroides) que podem ser convertidos em progesterona via processos químicos. A principal fonte vegetal é o inhame selvagem (Dioscorea spp.), notadamente espécies como Dioscorea mexicana e Dioscorea villosa, ricas em uma substância chamada diosgenina. A diosgenina é um esteroide natural presente nos tubérculos do inhame selvagem e em outras plantas (como a soja) que serve de matéria-prima para a síntese industrial de hormônios esteroides. Na década de 1950, cientistas descobriram que, ao isolar a diosgenina dessas plantas, podiam transformá-la em progesterona idêntica à animal por meio de reações químicas. Esse avanço, iniciado no México com o inhame, revolucionou a produção de hormônios e tornou a progesterona muito mais acessível.

Em termos práticos, como se obtém progesterona a partir de plantas? Primeiro, extrai-se a diosgenina dos tubérculos pulverizados (usando solventes). Em seguida, realiza-se uma série de reações químicas controladas (conhecida historicamente como degradação de Marker) que convertem a molécula vegetal em progesterona. Trata-se de uma semissíntese: parte natural (vegetal), parte sintética (laboratorial). Hoje, esse é o método predominante para produzir progesterona em larga escala. Fontes apontam que tradicionalmente “a progesterona é sintetizada a partir do precursor diosgenina, extraído de plantas como o inhame”. Duas rotas industriais principais existem: uma usando a própria diosgenina em múltiplas etapas químicas e/ou fermentativas, e outra convertendo fitosteróis (esteróides vegetais) em progesterona por etapas biotecnológicas. Ambas, no entanto, partem de insumos vegetais (como o inhame selvagem ou óleo de soja) e não requerem nenhum componente animal.

Do ponto de vista vegano, a progesterona de origem vegetal é considerada “natural” e aceitável, já que não envolve exploração direta de animais. No rótulo, porém, não espere ler “progesterona vegetal” – normalmente aparecerá apenas “progesterona” (às vezes com qualificações como USP progesterone ou “bioidêntica derivada de wild yam”). Alguns produtos especificam na descrição que utilizam progesterona derivada do inhame. Por exemplo, há cremes no mercado brasileiro informando que cada dose fornece “progesterona USP bio-idêntica do inhame selvagem”. Isso indica claramente que a fonte é vegetal e o produto, portanto, é adequado para veganos. Em outros casos, principalmente em cosméticos ditos naturais, pode-se encontrar diretamente o Extrato de Inhame como ingrediente (às vezes presente em cremes caseiros ou loções para sintomas da menopausa). Importante esclarecer que extrato de inhame não contém progesterona ativa, apenas diosgenina e compostos relacionados – o corpo humano não converte diosgenina em hormônios espontaneamente. Ou seja, se um cosmético contém apenas Dioscorea villosa root extract, ele é de origem vegetal (logo vegano), mas seu efeito hormonal direto é incerto; já um produto que lista Progesterone como ingrediente provavelmente contém o hormônio em si (muito possivelmente obtido via conversão de plantas).

Em suma, a via vegetal é a preferência industrial atual: é mais barata e ética. A maioria esmagadora da progesterona “natural” disponível comercialmente vem desses processos com inhame/soja. Para um consumidor vegano, optar por progesterona de fonte vegetal é ideal – e felizmente essa é a forma mais comum fora do uso farmacêutico veterinário. Fique atento a descrições como “wild yam” (inhame selvagem), “soy-derived progesterone”, “progesterona bioidêntica”, pois indicam essa procedência não animal.

Origem sintética

A categoria sintética muitas vezes se confunde com a vegetal, porque, conforme explicado, a progesterona é tradicionalmente sintetizada a partir de insumos vegetais. No contexto deste relatório, vamos considerar “sintética” como aquela produzida inteiramente por processos de laboratório (químicos ou biotecnológicos), sem depender diretamente de tecidos animais ou plantas inteiras.

Após a descoberta do método com inhame nos anos 1940-50, houve também esforços para síntese totalmente química da progesterona a partir de compostos petroquímicos ou outras rotas. É possível criar a molécula em laboratório do zero, embora seja complexo (dado que a progesterona tem vários centros quirais e anéis esteroidais). Entretanto, com a abundância de diosgenina vegetal, a síntese “total” nunca foi economicamente vantajosa. Assim, no comércio, quase toda progesterona chamada “sintética” é na verdade semissintética (derivada de plantas). Existem, contudo, novas fronteiras “sintéticas” no sentido de biotecnologia: pesquisas recentes têm usado micro-organismos geneticamente modificados para produzir progesterona a partir de açúcares ou esteróis vegetais de forma mais sustentável. Por exemplo, bactérias do gênero Mycolicibacterium podem converter fitoesteróis em precursores de progesterona, num processo de fermentação “verde”. Essas técnicas, se aplicadas em escala, fornecem progesterona idêntica à natural, mas sem cultivo intensivo de plantas; seriam consideradas veganas também, já que não exploram animais.

Para fins práticos do consumidor: progesterona sintética = progesterona sem origem animal. Seja via química ou bioengenharia, não há envolvimento de ingredientes animais na molécula final. Assim, qualquer progesterona listada como ingrediente de cosmético provavelmente foi produzida por síntese a partir de plantas ou inteiramente em laboratório, não de extratos animais. Diversos guias veganos de ingredientes confirmam que, no caso da progesterona, já existem alternativas sintéticas disponíveis para uso industrial. Em outras palavras, se um fabricante quer incluir progesterona num creme, ele pode obtê-la de fornecedores que a sintetizam sem usar animais – o que é preferível tanto por custo quanto por ética.

Resumo das formas e uso na cosmética: Hoje, na indústria cosmética e farmacêutica, a progesterona quase sempre vem de processos sem animais (vegetais/sintéticos). Formas de origem animal (como extrato de placenta) ainda existem em alguns produtos de beleza, mas geralmente identificadas claramente pelo nome “placenta” no rótulo. Já a progesterona pura presente em cremes geralmente será de origem vegetal/sintética, mesmo que não esteja explicitamente dito, pois não faria sentido econômico extraí-la de animais. Cabe agora entendermos como o consumidor vegano pode reconhecer e escolher produtos sem ingredientes animais envolvendo progesterona.

Versões “veganas” da progesterona e identificação nos rótulos

Dado o exposto, existe, sim, versão vegana da progesterona. Na verdade, toda progesterona produzida a partir de plantas (inhame, soja) ou por síntese laboratorial pode ser considerada vegana, pois não deriva de materiais animais. Essas formas costumam ser chamadas de progesterona bioidêntica ou progesterona natural USP, indicando que são quimicamente idênticas à progesterona humana e de alto grau de pureza. Se você encontrar em rótulos ou descrições termos como “USP Progesterone (from soy)” ou “progesterona de origem vegetal”, trata-se da versão vegana do hormônio. Um caso concreto: cremes de equilíbrio hormonal disponíveis online destacam nas instruções que usam “progesterona bioidêntica derivada do inhame selvagem”, evidenciando a procedência vegetal.

Como o consumidor vegano pode identificar se a progesterona de um cosmético é vegana? Infelizmente, na lista de ingredientes geralmente aparecerá apenas “Progesterona” ou “Progesterone”, sem detalhar a fonte. Nessas situações, é útil observar o contexto do produto:

  • A marca é declaradamente vegana ou possui certificação vegana? Se sim, qualquer progesterona ali dentro obrigatoriamente não veio de animal (será sintética/vegetal).

  • O rótulo ou site do produto menciona termos como wild yam, soja ou bioidêntica em relação à progesterona? Isso sugere fortemente origem vegetal.

  • O produto é manipulado/farmácia magistral? Nesse caso, quase 100% das farmácias usam progesterona USP (padrão farmacopeico), que é semissintética vegetal. Você pode pedir confirmação ao farmacêutico sobre a origem; geralmente eles informarão se é “grau farmacêutico derivado de plantas”.

  • Ausência de indicação de origem animal: se não há menção a placenta, órgãos ou algo do tipo, presume-se que a progesterona pura seja de fonte vegana, já que seria incomum alguém usar progesterona extraída de animal sem explicitar isso (até porque seria muito cara).

Por outro lado, ingredientes claramente não veganos relacionados à progesterona incluem: Placental Extract (extrato de placenta), Placental Protein (proteína placentária), ou quaisquer menções a útero, amniotic fluid, etc. Esses são fáceis de identificar e devem ser evitados por veganos. Às vezes aparecem com nomes menos óbvios, como “placenta de ovino hidrolisada” ou similares – mas sempre haverá a palavra placenta ou indicação de origem (ex: sheep placenta). Outra dica: palavras como “Fetal” ou “Amniotic” nos ingredientes também indicam origem animal (fetal bovine serum, por exemplo, embora incomum em cosmético).

Em suma, a versão vegana da progesterona se confunde com a versão sintética/bioidêntica, e felizmente é a mais utilizada atualmente. Para identificá-la, busque produtos de empresas veganas ou certificados, leia descrições detalhadas oferecidas pelo fabricante e fique atento à nomenclatura no rótulo. Se restar dúvida, não hesite em entrar em contato com o SAC da marca para questionar a origem da progesterona utilizada – empresas éticas e transparentes fornecerão essa informação.

Cuidados e dicas finais para consumidores veganos

Para a comunidade vegana, evitar ingredientes de origem animal em cosméticos requer atenção aos detalhes. No caso da progesterona, seguem algumas dicas práticas e conclusões:

  • Leia os rótulos cuidadosamente: Procure pelos termos “progesterona” ou “progesterone” na lista de ingredientes, especialmente em produtos anti-idade, de tratamento hormonal ou fórmulas capilares fortificantes. Se constar, desconfie da origem e investigue mais a fundo. Se constar “extrato de placenta” ou similares, descarte o produto se você é vegano – esse ingrediente é explicitamente de origem animal (placenta não é vegana!). Conforme destacado por especialistas em segurança cosmética, a melhor prática é evitar quaisquer produtos que listem placenta ou extratos placentários no rótulo.

  • Prefira produtos certificados veganos: Essa é a maneira mais segura de garantir que nenhum componente (inclusive hormônios) tenha origem animal. Selos veganos asseguram que nem ingredientes nem processos envolveram animais. Assim, se um creme anti-rugas vegano contiver progesterona, você pode confiar que ela foi obtida por meios sintéticos ou vegetais.

  • Busque por indicações de fonte vegetal/bioidêntica: Muitas marcas “naturebas” fazem questão de dizer quando usam progesterona derivada de plantas (por marketing positivo). Termos como “natural progesterone from wild yam” ou, em português, “progesterona natural de inhame” podem aparecer em embalagens, sites ou folhetos explicativos. Esses produtos são apropriados ao público vegano, já que nenhuma parte animal foi usada para obtê-los.

  • Cuidado com alegações enganosas: Alguns cosméticos vendidos como “equilíbrio hormonal natural” contêm apenas extratos de plantas (inhame, soja) e não a progesterona em si. Embora isso seja vegano, pode não ter eficácia hormonal real – portanto, avalie se o produto atende suas expectativas. Do ponto de vista vegano estrito, isso não é um problema ético (afinal, é só planta), mas é bom saber o que se está comprando.

  • Consulte fontes confiáveis: Listas de ingredientes de origem animal preparadas por entidades veganas podem ajudar. Por exemplo, guias veganos brasileiros apontam claramente que a progesterona usada em cosméticos tem alternativa sintética disponível. Informar-se em tais fontes auxilia a identificar nomes pouco usuais que podem esconder origem animal.

  • Entre em contato com fabricantes quando em dúvida: Não há mal em perguntar diretamente a procedência de determinado ingrediente. Empresas comprometidas com o público vegano provavelmente já receberam essa pergunta e terão satisfação em responder se a progesterona que empregam é “plant-based” (à base de plantas).

Em conclusão, a progesterona em si não precisa ser evitada totalmente pelos veganos, desde que venha de fonte não animal – o que atualmente é a norma para este ingrediente. O maior cuidado recai sobre ingredientes derivados, como a placenta, que ainda podem aparecer em cosméticos. Ao se manter informado e vigilante quanto aos rótulos, o consumidor vegano pode usufruir de produtos cosméticos seguros e eficazes, sem comprometer seus princípios éticos.

Resumo prático: Progesterona é um hormônio importante e pode ser encontrado em alguns cosméticos anti-idade e de tratamento. Ela pode ter origem animal (ex.: extratos de placenta – não veganos), ou origem vegetal/sintética (derivada de inhame, soja – vegana). Hoje, a maior parte da progesterona utilizada industrialmente é obtida de plantas através de síntese química, sem crueldade envolvida. Para se certificar, prefira produtos com certificação vegana ou indicação de “progesterona bioidêntica de origem vegetal”. Evite qualquer produto que mencione placenta ou derivados animais no rótulo. Seguindo essas orientações, a comunidade vegana pode identificar e evitar ingredientes de origem animal, mantendo-se fiel a seus valores éticos sem abrir mão de cuidados cosméticos de qualidade.

Fontes: Foram consultadas fontes científicas e guias de ingredientes confiáveis, como listas veganas de ingredientes cosméticos, artigos sobre hormônios em cosméticos, além de literatura sobre produção de progesterona de inhame, entre outras, para assegurar a precisão das informações apresentadas.

 

Fontes Consultadas

  • FDA (U.S. Food and Drug Administration). “Placenta Extracts and Hormones in Cosmetics,” Cosmetics Q&A, 2022. Disponível em: https://www.fda.gov/cosmetics/cosmetic-ingredients/placenta-extracts-and-hormones-cosmetics
    (Explica sobre o uso e restrições de hormônios em cosméticos, incluindo placenta e progesterona.)

  • Cosmetic Ingredient Review (CIR). “Safety Assessment of Placental Protein and Amniotic Fluid Extract as Used in Cosmetics,” International Journal of Toxicology, v. 37, 2018.
    (Avaliação dos riscos do uso de placenta e derivados em produtos cosméticos.)

  • The Vegan Society. “Animal-Derived Ingredients List,” 2023. Disponível em: https://www.vegansociety.com/resources/lifestyle/animal-ingredients-list
    (Lista atualizada de ingredientes de origem animal, incluindo hormônios e placenta, relevantes para cosméticos.)

  • PubChem/National Institutes of Health (NIH). “Progesterone Compound Summary,” atualizado em 2024. Disponível em: https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/Progesterone
    (Descrição química e origens industriais da progesterona.)

  • Encyclopedia Britannica. “Progesterone: Chemical Compound,” atualizado em 2024. Disponível em: https://www.britannica.com/science/progesterone
    (Histórico da obtenção da progesterona e as rotas industriais.)

  • Goodman, N.F., Cobin, R.H., et al. “American Association of Clinical Endocrinologists Medical Guidelines for Clinical Practice for the Diagnosis and Treatment of Menopause,” Endocrine Practice, v. 17, 2011.
    (Discussão sobre hormônios bioidênticos e seus usos.)

  • López-Muñoz, F., Alamo, C. “The History of Progesterone: A Journey into the Science of Hormones,” Frontiers in Neuroendocrinology, v. 49, 2018.
    (Retrospecto científico sobre a obtenção de progesterona, incluindo as fontes vegetais.)

  • Cosmetics Info – Personal Care Products Council. “Placental Protein (Cosmetic Ingredient),” 2023. Disponível em: https://www.cosmeticsinfo.org/ingredients/placental-protein/
    (Informações sobre ingredientes derivados de placenta na indústria cosmética.)

  • Mackenzie, J. “Bioidentical Hormones: A Review,” The Pharmaceutical Journal, v. 297, 2016.
    (Explica sobre a produção de hormônios bioidênticos e a origem vegetal da progesterona industrial.)

  • “Cosmetics and the Law – Hormones in Cosmetics.” Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br
    (Guia sobre regulação de hormônios em cosméticos no Brasil.)


 

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