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Como a magnitude do dano da morte é avaliada, e qual o papel dos AVAQs (Anos de Vida Ajustados pela Qualidade)?

A magnitude do dano da morte é avaliada considerando tanto os aspectos futuros quanto os passados da vida de um indivíduo, além da qualidade de vida.

Existem duas abordagens principais:

  1. Explicação centrada no futuro: O dano da morte é maior quanto maior a quantidade de experiências positivas que teriam sido desfrutadas se o indivíduo tivesse continuado vivo.
  2. Explicação centrada no passado: O dano da morte é maior quanto menos o indivíduo desfrutou até o momento da morte.

Ambas as explicações geralmente convergem (por exemplo, uma criança que morre jovem viveu menos e teria mais a viver, sendo mais prejudicada). No entanto, em casos como um idoso que teria mais anos de qualidade de vida pela frente do que uma criança com uma expectativa de vida limitada, as explicações podem divergir.

Para integrar tempo e qualidade de vida de forma mais precisa, utiliza-se a medição em AVAQs (Anos de Vida Ajustados pela Qualidade). Essa métrica multiplica o tempo de vida pela qualidade de vida, tanto para o passado quanto para o futuro. Assim, alguém pode ter desfrutado uma certa quantidade de AVAQs passados e ter uma expectativa de AVAQs futuros. Quanto menos AVAQs passados alguém desfrutou, e quanto mais AVAQs futuros teria para desfrutar, maior é o dano da morte.

A teoria dos AVAQs não sustenta que humanos são sempre mais prejudicados pela morte do que animais não humanos. Tubarões, baleias e tartarugas, por exemplo, com longos ciclos de vida, poderiam ter mais AVAQs futuros. Além disso, a comparação deve ser individualizada, pois um humano idoso pode ter menos AVAQs futuros do que um animal jovem. Os AVAQs passados são cruciais, pois animais frequentemente morrem prematuramente e após vidas de sofrimento, tornando o dano de suas mortes considerável.


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Fonte:  COLEÇÃO UMA JORNADA PELA ÉTICA ANIMAL DO BÁSICO AO AVANÇADO VOLUME 3
O texto, "Os Animais e o Dano da Morte," de Luciano Carlos Cunha, é o Volume III da coleção "Uma Jornada pela Ética Animal," que investiga a ética animal do básico ao avançado. A obra se aprofunda na questão do dano da morte para animais não humanos, examinando as condições sob as quais a morte é prejudicial e como sua magnitude deve ser avaliada. Cunha refuta a visão epicurista de que a morte nunca é um dano, argumentando que ela é prejudicial por impedir experiências positivas, e critica a ideia de que a complexidade cognitiva ou a capacidade de planejar o futuro são necessárias para que a morte seja um dano significativo. O livro também discute objeções à avaliação do dano da morte por meio de "Anos de Vida Ajustados pela Qualidade (AVAQs)" e desafia a noção de que animais são substituíveis ou que humanos são inerentemente mais prejudicados pela morte, propondo que a intensidade do dano deve ser considerada independentemente da espécie para uma ética mais imparcial.
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