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O tempo de vida restante de um animal justifica que sua morte seja considerada um dano pequeno ou que seja aceitável matá-lo?

Não, ter pouco tempo de vida restante não torna a morte de um animal um dano pequeno nem justifica matá-lo. Essa alegação baseia-se na ideia de que a gravidade do dano da morte deve ser medida unicamente pelo tempo restante a ser vivido, o que é uma simplificação excessiva.

Conforme discutido, a magnitude do dano da morte também considera a qualidade de vida (AVAQs) e fatores passados. Mesmo a fórmula que considera "apenas o futuro" (quanto maior o tempo restante, maior o dano) não implica que o dano seja "pequeno" para aqueles com pouco tempo, mas sim "menor" em comparação com quem teria mais. Além disso, outras fórmulas (que consideram o tempo vivido, a porcentagem do lifespan ou a prioridade baseada no bem-estar já experimentado) frequentemente resultam em um dano de morte maior, especialmente para animais que viveram pouco.

Mesmo concedendo a premissa de que o dano da morte é pequeno para quem tem pouco tempo de vida restante, isso não justifica o ato de matar. Por exemplo, é amplamente considerado inaceitável matar um humano que tem poucos dias ou meses de vida positiva pela frente, ainda que o dano de sua morte seja menor do que para alguém com anos a viver. Se a premissa fosse verdadeira, seria preciso justificar matar humanos com pouco tempo de vida, o que é geralmente rejeitado. Negar isso para animais não humanos exigiria atribuir-lhes um status moral diferenciado, o que os textos argumentam não ter justificativa.

Portanto, nem a magnitude do dano é necessariamente pequena, nem um dano menor justifica o ato de matar, especialmente para fins desnecessários.


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Fonte:  COLEÇÃO UMA JORNADA PELA ÉTICA ANIMAL DO BÁSICO AO AVANÇADO VOLUME 3
O texto, "Os Animais e o Dano da Morte," de Luciano Carlos Cunha, é o Volume III da coleção "Uma Jornada pela Ética Animal," que investiga a ética animal do básico ao avançado. A obra se aprofunda na questão do dano da morte para animais não humanos, examinando as condições sob as quais a morte é prejudicial e como sua magnitude deve ser avaliada. Cunha refuta a visão epicurista de que a morte nunca é um dano, argumentando que ela é prejudicial por impedir experiências positivas, e critica a ideia de que a complexidade cognitiva ou a capacidade de planejar o futuro são necessárias para que a morte seja um dano significativo. O livro também discute objeções à avaliação do dano da morte por meio de "Anos de Vida Ajustados pela Qualidade (AVAQs)" e desafia a noção de que animais são substituíveis ou que humanos são inerentemente mais prejudicados pela morte, propondo que a intensidade do dano deve ser considerada independentemente da espécie para uma ética mais imparcial.
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