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Como o veganismo responde à objeção de que as plantas também sentem ou são seres vivos?

A objeção das plantas geralmente se apresenta em duas variações, e o veganismo as aborda de forma consistente:

  1. "Plantas também estão vivas": Esta variação argumenta que, se o consumo de animais é errado por causar mortes, então o consumo de plantas também o seria, já que elas são vivas. A resposta vegana aponta que a morte é um dano porque impede um indivíduo de desfrutar de experiências positivas futuras, o que só se aplica a seres sencientes (capazes de ter experiências). Plantas, por não possuírem consciência, não são prejudicadas pela morte no mesmo sentido que um animal. Elas são "corpos vivos" sem "alguém" para habitar essa vida e ser privado de algo positivo. Além disso, a produção de carne animal demanda muito mais plantas (para ração) do que uma dieta vegana direta, o que significa que o veganismo, na verdade, resultaria em menos "mortes de organismos vivos" se esse fosse o critério.
  2. "Plantas também são sencientes": Esta variação sugere que plantas são sencientes, e, portanto, consumir qualquer coisa implicaria matar seres sencientes, justificando o consumo animal. O problema principal dessa alegação é a falta de evidências científicas robustas para a senciência em plantas. Comportamentos complexos em plantas são explicados por reações físico-químicas e não pela presença de um sistema nervoso centralizado, que é o principal critério para a consciência. A senciência envolve um gasto energético considerável e confere uma vantagem evolutiva para seres que podem se mover e evitar experiências negativas, o que não é o caso das plantas. Além disso, mesmo que as plantas fossem sencientes (ou moralmente consideráveis por estarem vivas), a implicação lógica seria adotar uma dieta frutarianista botânica ética, consumindo apenas o que se desprende da planta sem causar sua morte (frutos, sementes, grãos, leguminosas), o que ainda refutaria o consumo de animais.

Em suma, a objeção das plantas é geralmente uma desculpa para continuar o consumo animal, e não uma preocupação genuína. A distinção crucial é entre "ser vivo" e "ser senciente".



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Fonte:  COLEÇÃO UMA JORNADA PELA ÉTICA ANIMAL DO BÁSICO AO AVANÇADO VOLUME 4
Este livro, "O Debate Sobre a Exploração Animal" de Luciano Carlos Cunha, Volume IV da coleção "Uma Jornada pela Ética Animal: Do Básico ao Avançado", oferece uma análise aprofundada da exploração animal por humanos. A obra detalha as condições de vida e morte de animais explorados para consumo, como galinhas, porcos, vacas e uma vasta gama de animais aquáticos e insetos, submetidos a sofrimento intenso e mutilações sem anestesia. Além de descrever a realidade da exploração, o autor examina criticamente os argumentos que buscam justificar essas práticas, desafiando noções como a superioridade humana, a cadeia alimentar, o instinto, a superpopulação e a ideia de que o consumo animal seria necessário para a continuidade de certas espécies, enquanto defende a senciência de todos os animais como a base para sua consideração moral.
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