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Por que a luta pelos direitos dos animais não deve ser adiada e como ela se relaciona com as leis existentes?

A luta pelos direitos dos animais não deve ser adiada por várias razões:

  1. Urgência do problema: O sofrimento animal é imenso e contínuo. Adiar a defesa dos animais é uma estratégia ineficaz, pois quanto antes uma ideia é defendida, mais cedo ela pode gerar mudanças práticas. A falta de familiaridade com os argumentos contra o especismo é um dos principais motivos da resistência em considerar os animais.
  2. Não há conflito com a luta pelos humanos: A sugestão de adiar a luta pelos animais até que todos os humanos sejam respeitados é falsa e possivelmente especista. Pessoas podem aceitar a igual consideração por todos os seres sencientes independentemente de outros humanos ainda praticarem discriminações. Lutar por direitos animais não impede, mas complementa, a luta por direitos humanos, ampliando o círculo de consideração moral.
  3. Impacto individual e coletivo: Mesmo que não seja possível convencer a maioria, cada pessoa que adota o veganismo e defende os animais faz uma diferença significativa, evitando que milhões de animais nasçam para sofrer.

Relação com as leis existentes:

Atualmente, a maioria das leis sobre animais em sociedades especistas reflete o pensamento predominante, tratando os animais como propriedade ou recursos dos humanos. Isso significa que, apesar da existência de "leis de bem-estar animal", elas não impedem a exploração, mas sim a legitimam, pois os proprietários têm o direito de explorar sua "propriedade". Essas leis buscam apenas minimizar o sofrimento durante o uso, e não abolir o uso em si.

Para que haja uma proteção significativa, é necessário mudar o status jurídico dos animais de "coisas" para "detentores de direitos legais". A objeção de que animais não podem ter direitos por não entenderem a noção de direitos é refutada pelo fato de que crianças e humanos com impedimentos cognitivos, que também não entendem essa noção, são amplamente reconhecidos como detentores de direitos.

A mudança no status jurídico e a abolição da exploração animal dependem de uma transformação no modo como as pessoas veem os animais. Por isso, a divulgação dos argumentos sobre a igual consideração de todos os seres sencientes é crucial. A objeção de que "defensores dos animais estão impondo seu estilo de vida" é especista e autocontraditória: quem a levanta aceita imposições legais para proteger humanos, mas se opõe a elas para proteger animais, ao mesmo tempo em que defende o "direito" de impor sofrimento e morte a seres não humanos.




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Fonte:  COLEÇÃO UMA JORNADA PELA ÉTICA ANIMAL DO BÁSICO AO AVANÇADO VOLUME 4
Este livro, "O Debate Sobre a Exploração Animal" de Luciano Carlos Cunha, Volume IV da coleção "Uma Jornada pela Ética Animal: Do Básico ao Avançado", oferece uma análise aprofundada da exploração animal por humanos. A obra detalha as condições de vida e morte de animais explorados para consumo, como galinhas, porcos, vacas e uma vasta gama de animais aquáticos e insetos, submetidos a sofrimento intenso e mutilações sem anestesia. Além de descrever a realidade da exploração, o autor examina criticamente os argumentos que buscam justificar essas práticas, desafiando noções como a superioridade humana, a cadeia alimentar, o instinto, a superpopulação e a ideia de que o consumo animal seria necessário para a continuidade de certas espécies, enquanto defende a senciência de todos os animais como a base para sua consideração moral.
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