Por que o respeito pelos animais é frequentemente confundido com o ambientalismo?
Existem vários fatores que contribuem para essa confusão:
- Desconhecimento das bases ambientalistas: A maioria das pessoas não conhece os princípios e metas reais do ambientalismo, incluindo o apoio à exploração animal por muitas de suas figuras e organizações.
- Falsa dicotomia "preservar ou destruir": Ambientalistas muitas vezes enquadram a discussão como "preservar ou destruir o meio ambiente", o que esconde a possibilidade de preservá-lo de formas diferentes, algumas mais benéficas para os animais.
- Crença equivocada sobre biodiversidade e equilíbrio ecológico: A associação popular desses conceitos com o bem-estar animal leva à ideia de que as metas ambientalistas são para o benefício dos animais.
- Confusão entre ecologia e ambientalismo: A ciência da ecologia (descritiva) é confundida com a posição normativa do ambientalismo.
- Benefícios acidentais para animais: Programas ambientalistas podem, por vezes, beneficiar alguns animais, o que leva à falsa impressão de que o bem-estar animal é um objetivo intrínseco.
- Interpretação errônea dos programas de extermínio: Muitas pessoas acreditam que a matança de animais por ambientalistas visa evitar um mal maior para os animais a longo prazo, quando, na verdade, os objetivos são outros (como preservar espécies nativas ou ecossistemas "puros").
- Classificação de "espécies invasoras": O termo "invasora" refere-se à origem da espécie, não do indivíduo, levando o público a aceitar a matança de animais que nasceram no local.
- Retórica que demoniza animais: Ambientalistas utilizam termos como "pragas" ou "ameaças" e destacam prejuízos causados por certos animais, sem considerar o sofrimento deles ou os danos causados por espécies "valorizadas".

Fonte: COLEÇÃO UMA JORNADA PELA ÉTICA ANIMAL DO BÁSICO AO AVANÇADO VOLUME 5
Este livro, parte da coleção "Uma Jornada pela Ética Animal," investiga as diferenças fundamentais entre o ambientalismo e a consideração pelos animais. O autor, Luciano Carlos Cunha, doutor em Ética e Filosofia Política, argumenta que, embora frequentemente confundidas ou vistas como complementares, essas duas perspectivas possuem fundamentos e metas diametralmente opostos. O texto explora como o ambientalismo geralmente prioriza a preservação de entidades não sencientes como ecossistemas e espécies, mesmo que isso implique no sofrimento ou extermínio de animais individuais, enquanto a ética animal se foca no bem-estar e na senciência dos animais como indivíduos. A obra detalha as implicações práticas dessa divergência, abordando a aprovação ambientalista da exploração e matança de animais em nome de ideais como biodiversidade e equilíbrio ecológico, e propõe um campo de "biologia do bem-estar" para guiar ações focadas diretamente nos animais.
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