Skip to main content

Os insetos são sencientes? Eles devem receber consideração moral?

O critério da senciência não exclui os insetos. Diante da dúvida razoável sobre sua capacidade de sentir, a abordagem ética mais responsável é aplicar o princípio da precaução: conceder-lhes o benefício da dúvida. O ônus da prova recai sobre quem alega que eles não são sencientes, dado o imenso prejuízo que poderiam sofrer se estiverem errados.

Além disso, há evidências crescentes que sugerem a senciência em insetos:

• Evidências Fisiológicas:

    ◦ Possuem sistemas nervosos centralizados e cérebros.
    ◦ A atividade elétrica cerebral registrada varia entre 20Hz e 30Hz.
    ◦ Estruturas cerebrais como os corpos de cogumelo integram informações multissensoriais.
    ◦ Seus conectomas (mapas de conexões neurais) exibem uma organização complexa, comparável à de primatas.

• Evidências Comportamentais:

    ◦ Exibem comportamento flexível e adaptativo em resposta a novas situações.
    ◦ Demonstram capacidade de aprendizado e memória para organizar seus movimentos.
Considerando que existem cerca de 10 quintilhões (10¹⁸) de insetos vivos em qualquer momento, a questão de sua senciência é de uma escala monumental e de extrema importância moral.


robozinho Chatbot por IA: Converse com nosso chatbot sobre este conteúdo.

Fonte:  COLEÇÃO UMA JORNADA PELA ÉTICA ANIMAL DO BÁSICO AO AVANÇADO VOLUME 6

Este livro, parte da "Coleção Uma Jornada pela Ética Animal: Do Básico ao Avançado", dedica-se ao critério da senciência como fundamento para a consideração moral. O autor, Luciano Carlos Cunha, argumenta que a capacidade de ter experiências positivas e negativas (senciência) é o que realmente importa para decidir a quem devemos consideração moral, contrastando com visões antropocêntricas ou biocêntricas. A obra desmistifica a ideia de que a senciência é antropocêntrica e explora diversas objeções a este critério, como a alegação de que ele não aborda danos sem sofrimento ou exclui insetos, defendendo que tais críticas são equivocadas. Em última análise, o texto propõe que a senciência é a base mais coerente para uma ética animal que busca minimizar o sofrimento e maximizar o bem-estar dos indivíduos.
  • Acessos 26