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Aceitar a senciência como critério significa que os valores morais são subjetivos?

Não, e esta objeção confunde dois significados da palavra "subjetivo".

1. Subjetivo como experiência interna: A senciência refere-se à existência de uma subjetividade, ou seja, uma consciência ou ponto de vista de primeira pessoa.

2. Subjetivo como questão de opinião: A ideia de que os valores morais não são fatos objetivos, mas apenas preferências pessoais.
Uma ética centrada na senciência baseia-se no primeiro sentido, mas não implica o segundo. É perfeitamente consistente defender que, para existir valor ou desvalor no mundo, é preciso que existam seres com experiências subjetivas, e ao mesmo tempo sustentar que o valor da felicidade e o desvalor do sofrimento são fatos objetivos. Nessa visão, os seres sencientes não "criam" o valor; eles o reconhecem.

Com esses esclarecimentos, podemos agora analisar como o critério da senciência se aplica a diferentes grupos de animais, enfrentando questões complexas como a consciência dos insetos.



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Fonte:  COLEÇÃO UMA JORNADA PELA ÉTICA ANIMAL DO BÁSICO AO AVANÇADO VOLUME 6

Este livro, parte da "Coleção Uma Jornada pela Ética Animal: Do Básico ao Avançado", dedica-se ao critério da senciência como fundamento para a consideração moral. O autor, Luciano Carlos Cunha, argumenta que a capacidade de ter experiências positivas e negativas (senciência) é o que realmente importa para decidir a quem devemos consideração moral, contrastando com visões antropocêntricas ou biocêntricas. A obra desmistifica a ideia de que a senciência é antropocêntrica e explora diversas objeções a este critério, como a alegação de que ele não aborda danos sem sofrimento ou exclui insetos, defendendo que tais críticas são equivocadas. Em última análise, o texto propõe que a senciência é a base mais coerente para uma ética animal que busca minimizar o sofrimento e maximizar o bem-estar dos indivíduos.
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