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Paula
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Sobre
os Movimentos de Proteção
do Meio-Ambiente
Autor: Dennis Zagha Bluwol,
Geógrafo
dennis@guiavegano.com
Sobre os Movimentos de Proteção do Meio-Ambiente
Hoje, com tantos movimentos ambientalistas
ativos, ainda continuamos com os problemas ambientais se
agravando cada vez mais. Isso se dá, logicamente, pela força das empresas,
porém também pelo caráter destes movimentos,
pois a maioria não tem uma visão mais centrada
sobre o funcionamento do mundo moderno, ou seja, uma reflexão
conceitual que permita compreender a realidade em suas relações
mais profundas, no que podemos considerar por essência
da realidade, num nível de análise diferente
da aparência mais superficial.
Tais movimentos, se pretendem realmente uma transformação
no modo como a humanidade se porta em relação
ao resto da natureza, necessitam primeiramente acabar com esta
divisão homem-natureza, que, como vimos, é uma
falsa visão que serve como meio de alienar o ser humano
do que necessita para sua sobrevivência, além
de ser uma alienação de cunho ideológico
que não permite que se perceba com facilidade o modo
como a exploração da natureza ocorre com a finalidade
de servir àqueles cujo interesse é o acumulo
de capital.
Além disso, cabe aos movimentos ambientalistas sempre
lembrar que quando se briga por algo específico não
se deve esquecer o todo que gerou este problema. Por exemplo,
quando se briga pelo massacre de algum animal, não se
deve esquecer que quem o está matando pode estar fazendo
isto por um salário, pela sua necessidade de dinheiro
para sobreviver, portanto há alguém o explorando
e há todo um sistema de exploração montado
que explora a natureza com um todo, seja um animal como uma
baleia ou uma tartaruga, seja o trabalhador que é obrigado
a matar estes animais para ter sua remuneração
que trocará por comida, roupas e outras necessidades
básicas. Não estou querendo justificar a caça
a estes animais, fato que repudio e que creio que se deva sempre
lutar contra, porém, estou mostrando que a briga é muito
mais ampla. Brigar contra os navios baleeiros é válido
desde que se brigue também contra todo o modo de produção
que gera a caça de animais em nome da acumulação
de capital sem se preocupar com os danos causados ao meio ambiente
ou à vida destes seres sensíveis: o modo de produção
capitalista.
Neste momento cabe fazer uma pequena ressalva: é lógico
que em modos de produção não capitalistas
também pode haver massacre de animais e destruição
ambiental, mas o que tento mostrar é que enquanto houver
Capitalismo, cujo objetivo é o acúmulo de capital
baseado na exploração da natureza (inclui-se
aí o ser humano enquanto força de trabalho),
não será possível uma real transformação
no modo como a humanidade se relaciona com o resto da natureza.
O Capitalismo não irá deixar de explorá-la,
pois a exploração é a espinha dorsal do
Capitalismo.
Grande parte dos movimentos ecológicos atuais não é contra
o modo capitalista de produção, e muitos são
até parceiros, tendo apoio da chamada iniciativa privada,
ou seja, as empresas capitalistas. Isso se dá pois a
principal luta deles é a conservação dos
recursos que o homem destrói e que servem de matéria-prima
para estas indústrias. Natureza para estes movimentos
e indústrias é apenas uma fornecedora de matéria-prima
e, portanto, deve-se conservá-la. Com isso, cria-se
algo meio obscuro, pois no discurso destes movimentos (geralmente
na forma de ONGs) a natureza é destruída por
um homem despersonalizado e abstrato. Não se percebe
(ou ao menos não se revela) que o que existe são
homens concretos que são também explorados pelo
mesmo interesse que se explora o meio ambiente. Esses movimentos
acabam por apoiar o modo de produção capitalista
(por isto são apoiados por ele), pois fazem com que
seja conservada a matéria-prima para as indústrias
e ao mesmo tempo são escondidas as relações
cruéis contra os próprios homens, não
se protestando contra o modo de produção como
um todo. Esses movimentos podem ser chamados de “Capitalismo
verde”, e são, infelizmente, a esmagadora maioria
dos movimentos ditos “ambientalistas” ou “ecológicos” que
possuem acesso ao grande público, principalmente no
que diz respeito à veiculação de suas
idéias nas grandes mídias, com o apoio financeiro
da iniciativa privada ou do próprio governo estatal
que, logicamente, também possui seus interesses capitalistas
na exploração de seu território e de seus
habitantes.
Índice
O Conceito de Natureza como forma
de compreender a realidade
Sobre
os Movimentos de Proteção do Meio-Ambiente
Sobre a “Libertação
Animal” e o Veganismo
Conclusões propositivas
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