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Veganismo e libertação animal

girafa livre

A dor do outro ou ‘o Grand Canyon que precisamos fechar’

por Marcio de Almeida Bueno

porco

Ilustrção: Giambatista Della Porta

“Bom, nós estamos indo muito bem, eu suponho / Com nossos carros reluzentes e roupas da moda / Eu visto preto pelo velho doente e solitário / Eu visto preto em luto pelas vidas que poderiam ter existido / Há coisas que nunca serão corretas / E coisas que precisam de mudanças em qualquer lugar que se vá”
(Johnny Cash, em ‘Men in black’)

E aí as pessoas ditas instruídas, esclarecidas, antenadas no mundo porque usam muito o celular, experientes, ‘exemplo para a família’, pouco se importam com o trajeto que a comida fez até chegar a seus dentes. Muitos dão risada, do eco-churrasqueiro ao egoico que está na vida para aproveitar, e dane-se o remorso.

(A dor do outro. Alguém que nasceu já para preencher a demanda de ingredientes culinários. Morreu para ser picotado e virar nome incompreensível no rótulo dos pacotinhos de alimentos industrializados).

Ao contrário, muita vezes uma conversa informal com leigos sobre o veganismo – porque o povo adora fazer sabatina ao ouvir as palavras mágicas – acaba capotando em dicas de saúde, cuidados na hora de bem escolher os alimentos, e recomendações-de-vó. “Diz que tudo que tem glúten faz muito mal, a gente tem que passar longe”, me dizia esses tempos uma cidadã-padrão, enquanto se servia de generosas conchadas de macarrão. De trigo.

Não, diacho, eu não estava falando sobre segredos para o bem-estar, novidades para emagrecer ou o último grito das naturebices de shopping – ração humana, chia, gordura de coco, amaranto, linhaça dourada, quinua, sal rosa ou o próximo campeão de bilheteria. Eu estava falando sobre a dor do outro. A solidão, a corrente, o confinamento, a separação, os chutes eventuais, o isolamento, o mau cheiro, o medo do humano, a faca amolada.

“O ______ é vegetariano convicto mas não resistiu ao meu churrasco na semana passada”, comentou, tentando ser simpática e participar da conversa, outra pessoa que também estava à mesa nessa ocasião. Garantia de que realmente a carne estava irresistível.

E penso que talvez o descolamento de duas realidades – o animal que ‘nasce para morrer’, digamos, e a gastronomia – seja o Grand Canyon que precisamos fechar. Haja gotinhas de Super Bonder. Porque essa fenda que nós – ativistas, pensadores, profissionais militantes, simpatizantes – ora começamos a estreitar, é o que garante uma das muitas pernas dessa máquina trituradora chamada ‘desenvolvimento’. Nunca vi tanto orgulho, emoção sincera e boca cheia como naqueles que fazem o discurso desenvolvimentista – que devem ganhar muito dinheiro com isso. Porque o resto do povo, aplaudindo, entra como lombo em festa de chicote. E aplaude, e vota. E olha torto para aqueles que, ousados!, topam falar em algo diferente.

Em algo que não exija o moedor de carne, de almas e de tempo de vida como modelo. Um sistema em que o hamster não tenha que correr na rodinha. Metaforicamente falando, claro.

Porque uma sugestão de rota – veganismo, antidesenvolvimentismo, ateísmo financeiro, iconoclastia laboral – acaba desandando em palpites curtos / rasos sobre saúde, ou trabalhar menos, ou “eu trabalho muito porque eu gosto”, como ouvi nessa mesma ocasião supracitada. OK. Talvez as pessoas estejam tão orgulhosas de se perceberem marchando no passo milimetricamente certo, farda alinhada, depois do medo de não conseguir, que a ideia de ir para outro lado soa estranha, quase uma imprudência. Parar, então, é desperdiçar possibilidades, deixar de aproveitar o que a vida oferece.

O que me lembra uma anedotra real. A Vanguarda Abolicionista fazia uma ação no Dia das Mães, anos atrás, e um gaiato se aproximou para fazer as perguntas óbvias e observações inteligentes que você, leitor, bem imagina. “Então vocês não comem carne?! Estão deixando de fazer a melhor coisa da vida”, riu o subgênio, para quem o sexo deve estar lá pela quinta ou sexta colocação no ranking. Empatado com o amor e com, digamos, capas exclusivas para smartphone, que tal?

Fonte: www.vanguardaabolicionista.com.br/

Marcio de Almeida Bueno
Jornalista multifuncional, ativista pela libertação animal, anti-especismo e veganismo. Vegetariano desde 1995 e vegano desde 2006, diretor-geral da Vanguarda Abolicionista, voluntário em outras ONGs, músico independente e ateu praticante.

 

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Tudo pronto para a Mostra Animal 2014

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Nos dias 29 e 30 de novembro acontece a V Mostra Animal – Mostra Internacional de Cinema Pelos Animais, que irá exibir 22 produções cinematográficas de seis países com foco no cuidado e direito dos animais. A Mostra tem entrada gratuita e reúne filmes independentes, profissionais, curtas, médias e longas-metragens e acontece na Cinemateca de Curitiba. A expectativa é de receber cerca de 500 visitantes.

Experimentos científicos, o abandono de animais domésticos, a exploração para entretenimento e a relação dos animais com o homem e com a natureza estão entre os temas abordados nas produções. Durante os dois dias de evento, acontece também a exposição e a venda de produtos “éticos”– alimentos, livros e peças de vestuários.

As onze produções estrangeiras que participam da Mostra serão exibidas pela primeira vez no país e foram traduzidas especialmente para o evento. Entre os destaques estão: o inglês Planeat (2011); as produções norte-americanas Lolita – escrava pelo entretenimento (2003); o documentário da HBO Um pedido de desculpas aos elefantes (2013) e Os papagaios selvagens de Telegraph Hill (2005). Além da exibição dos filmes, acontecem bate-papos com diretores, produtores e convidados.

Dos onze filmes brasileiros, oito também são estreantes em mostras e festivais: Adote, (2013); Amigos fiéis (2014); Não abandone animais (2010); Penso, logo... não durmo (2014) Leitão pururuca (2014), Em que lado... (2013), O Mico leão dourado de Cabo Frio(2014) e O zoológico do futuro (2006). Destaque também para o filme Ecce Homo (2013), que recebeu o prêmio do Júri Popular e Menção Honrosa no 18º CinePE.

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Os Zumbis de Walking Dead são tão nojentos que estão transformando os atores em vegetarianos

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Os zumbis da série de tv Walking Dead são tão horríveis que eles estão fazendo os atores da série evitarem carne em seus pratos.

Norman Reedus, que interpreta Daryl Dixon, admitiu que devido aos efeitos especiais sombrios ele havia se afastado da carne.

De acordo com o Daily Star, ele não é o único.

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Campanha "Se você ama um" chega ao ES, ocupa ônibus em SP e cresce em BH

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A campanha "Se você ama um, por que come o outro" continua a se expandir e alcançar novas cidades.
 
Além das dezenas de veiculações anteriores em diversas capitais, foram instalados anúncios em mídias de massa em Vitória/ES e São Paulo/SP entre setembro e outubro.
 
Em Vitória, um outdoor chamou atenção durante o mês de setembro, posicionado em espaço de passagem estratégico no bairro de Jardim Camburi.
 
Em São Paulo, desta vez a veiculação saiu do centro para atingir o público que transita no ABC. A mensagem foi posicionada em painéis internos de vários ônibus de uma linha intermunicipal que conecta São Caetano ao centro de São Paulo.

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E se todo mundo virar vegetariano?

Se o consumo de produtos animais virar tabu, o ambiente agradece. Mas os rebanhos, abandonados após milênios domesticados, seriam extintos. Acompanhe um pai e um filho por uma antiga região pecuária - onde surgem novas questões familiares.

por Emiliano Urbim

esevegetarianos

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